sábado, 28 de outubro de 2017

Os Budas no sossego do seu Jardim

buddha eden
Finalmente aconteceu, foi no fim de Setembro. Fui, fomos ao Jardim dos Budas. Merece não só uma visita, mas várias, porque dada a sua dimensão muito fica por ver em apenas umas reduzidas horas.Primeiro fizemos o circuito no pequeno combóio e de seguida andámos em passeio a pé. Parámos no café que ali existe para um geladinho e descansar um pouco. Claro que gostei e como é habitual fiz fotografias, mas quero dizer que estas duas (acima) não são da minha autoria. As seguintes são minhas. São uma pequena amostra daquele lugar tão característico e único no nosso País. Houve um motivo forte, uma razão para a sua criação. É uma obra do querer do Comendador Joe Berardo, colecionador de arte entre outras actividades. O lugar escolhido foi aquela grande propriedade a Quinta dos Lóridos. A história deste Jardim  está no GOOGLE com todos os detalhes. Vale a pena ler e, depois vão até lá (quem ainda não foi) porque vão gostar tenho a certeza.

domingo, 1 de outubro de 2017

Viste o Algarve? Ora,ora, nem com binóculo.



O mês de Setembro chegou ao fim. Aquele em que ano após ano eu me afastava durante uns dias, dos meus afazeres habituais. Há uns tempos a esta parte assaltavam-me alguns receios e dava por mim a pensar: - isto de ir para o Algarve começa a ser um risco, se me dá por lá o badagáio o meu marido vai passar um mau bocado; tenho de desistir de Armação. Mas quando chegava a hora da verdade, lá estava eu de malas aviadas novamente. Já não é a água que me atrai, prefiro ver o mar e não o sentir, mas as viagens de ida e volta são tudo para mim. Andar por estradas pelo meio de povoações, piquenicar  pela hora do almoço, seguir depois e tomar um refresco num desses cafés em que a explanada é coberta por uma ramada de videira, chegar cêdo a determinado local, estacionar; passear a pé, jantar e dormir, e no dia seguinte voltar à estrada, calmamente, até ao destino, eu gosto mesmo. Depois ao chegar, não me livro dum certo péssimismo:- está instalado o marasmo, penso eu, mas claro nada digo porque aquilo passa depressa. E depois aquela ausência total das obrigações que me acompanham durante o ano inteiro, ai isso indiscutivelmente que aprecio, e muito. Com o tempo todo livre, posso passear, ler,  escrever, deitar-me de dia, fazer renda, enfim são dias de preguicite aguda autorizada e sem limites. E na verdade desistir disto de ânimo leve, mesmo com os tais receios, não é fácil. E neste ano já estávamos com o pensamento virado para sul e a aguardar o dia quinze quando surge um obstáculo.Um caso em que o meu marido ia testemunhar, e nos faria adiar a partida por cinco dias.
Pensámos, encolhemos os ombros, achando a solução:- ficamos lá até ao dia cinco, e se o tempo estiver bom nem faz diferença.
E no dia vinte lá foi ele para o Tribunal. Chegou a casa ao fim da tarde com a noticia de que tinha havido adiamento para o dia vinte cinco. Senti-me quase em fúria e disparei: - eu não tenho nada que censurar o réu, nem o conheço, mas por causa dele vou ficar em casa, quando precisava duns dias de descanso fora daqui.Ainda se fosse um testemunho importante, dum acidente, mas não; é só para vincar o bom comportamento do sujeito, homem que foi digno a todos os níveis, até fazer a maluqueira.
Ainda sugeri que podíamos dar uma volta por mais perto, mas nada se combinou e eu deixei de pensar no Algarve, até parecia que estava conformada de boa vontade. Mas quando o meu marido regressou da segunda audiência que finalmente aconteceu na data marcada, dia vinte cinco, eu entusiasmei-me e de forma espontânea saio-me com esta:
- Agora já podemos ir! são dez dias, ainda vale a pena, o tempo está tão bom...
Ele ficou surpreendido, pensou que eu não estava a falar a sério, mas afastadas as duvidas decidimos ir no dia seguinte.
Pois, mas o que (não) tem de ser também tem muita força, e não saímos de casa.
Ao levantar-se, ele queixou-se de cansaço e que só ia por minha causa, e aí, eu não aceito sacríficios e logo decidi:
- Ficamos, e não se fala mais nisso. E não se falou mesmo.
Mas no intimo eu não aceitei de boa vontade e com espírito alegre a abstenção destas férias, para mais tendo em conta o motivo que as impediu. Fiquei assim como que "augáda" como diziam antigamente nas aldeias as mães, referindo-se ás crianças que ficavam com o sentido em algo que tinham visto e não tinham comido e, até entristeciam...
Bem, mas o que não tem remédio, remediado está. A esta máxima me devo agarrar. E dizer como dizia a minha Tia-Avó " Im desconto dos mês pecados seja tudo, e mais áme." (ámen)