quinta-feira, 25 de julho de 2013

Os Livros

Ando à procura de espaço para os nossos livros. Cada vez são mais. Há dias ouvi um jornalista dizer assim um tanto a brincar, porque razão não se reciclavam os livros, se os jornais tinham esse fim... Até é verdade, mas não me vejo a colocar um livro num contentor. Assim estou na eminência de ter de adquirir uma estante baratucha, e colocá-la no hall de entrada, quase atrás da porta, porque outro local também já não há. Eu até estou com medo de começar a tratar disso, porque depois pego num livro, abro, leio, abro outro, recordo, e o tempo vai passar sem que eu me aperceba. Tenho alguns com mais de cem anos, esses devidamente arrumados, são para mim reliquias, assim como outros não tão idosos, mas também já na terceira idade...Sim, porque o estatuto não deve ser só para os humanos.
Já a minha mãe gostava de ler, e aos poucos comprou a obra de Julio Dinis. Foram esses os primeiros romances que mais tarde eu li, porque nessa altura os pais é que decidiam o que se devia ou não ler. Eu gostava muito daqueles romances da capa e espada do Walter Scott, e também das histórias de Roma e dos Romanos. Posteriormente adquiri outras preferências e li escritores estrangeiros e nacionais,ficando fã e ainda hoje sou do "nosso" Eça de Queirós. 
Quando casámos o meu marido também trouxe livros de vários autores, e entre eles alguns do escritor da sua preferência que é o Ernest Hemingway. Apreciava-o sobremaneira,de modo que eu quando entrava numa livraria, e naquela altura havia muitas, comprava sempre para ele mais um livro deste Nóbel. Hoje estive com alguns na mão, e a recordar; sabe bem...
Mas ao longo dos anos nunca deixámos de comprar livros, (ainda agora) e eles vão-se acumulando. Contagiámos as filhas no mesmo sentido, que além dos livros de estudo, também adquiriram coleções.
E assim aqui estou a debater-me com a falta de espaço; - ou melhor, o espaço é que já está demasiado ocupado, e eu sem coragem para considerar os livros como objectos inúteis, pelo contrário dou-lhe o valor que merecem.
Mas será que alguém se atreve a deitar os livros fora?  Se tal acontece, eu mesmo com tantos para acondicionar, ainda sou capaz de ir recolher os "enjeitados..."

 

Sósias do escritor Hemingway

Este homem será o Ernest Hemingway,ou será um Sósia que perdeu o avião, e por isso faltou ao concurso na Flórida ?...

quarta-feira, 24 de julho de 2013

O branco e o verde

Não sei nada de botânica, de modo que ignoro qual o nome da planta que assim floriu. Os canteiros que compõem a Urbanização onde moro, estão atualmente  cheios destas flores, umas brancas, outras azuis. Optei por fotografar a branquinha o mais perto possível, mesmo sabendo que ficaria cortada. No fim, não gostei muito, mas era tarde de mais para voltar atrás...

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Eu Roubei as Borboletas

Não se pode ser simpático... Não é verdade Zito amigo? Dedicou-me as Borboletas, foi gentil, e em retribuição pela bonita atitude, eu roubei-lhas...
Mas não estou arrependida, porque gosto muito delas!




Estas borboletas estão no blogue Arroscatum e agora estão também aqui!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A Barragem

Há bastante tempo já, que no nosso país não há paz. Eu não estou a afirmar que estamos em guerra, Deus e todos os Santinhos nos livrem desse monstro hediondo a que se chama guerra. Temos um género de relativo socêgo que se parece e bem com uma paz pôdre... Mas não há paz de espirito, há descontentamento, receio do presente e do futuro, muitas pessoas em sofrimento por não conseguirem estabilizar os seus débitos, pobreza, muita tristeza escondida, e até suicídios de onde menos se espera. Eu nunca pensei que havia de assistir ao que nos é dado ver actualmente, dia após dia, principalmente depois dos portugueses terem conseguido atingir um nivel de vida razoávelmente satisfatório. E penso, será que tudo o vento levou? Esse lapso de vida melhorada foi só uma amostra? Se foi, aqui fica o meu lamento, porque o bem alheio também nos aníma. No silêncio da minha casa,agora meio escurecida para travar o calor do sol, dou por mim a pensar no passado: - As pessoas viviam tão pobres, pobres de tudo, digamos que " viviam amarradas..." Contudo não se sentiam infelizes, parecia que já tinham nascido com a conformação instalada em si mesmas. Estava errado tal sistema; "o mundo rola e avança" dizia o grande Gedeão, e assim é na verdade; mal vai se ficamos estáticos sem desejarmos um pouco mais, e sem tentarmos.
Continuando no mesmo raciocínio relativo ao passado,lembrei-me das excursões realisadas nos anos 50 e 60, a partir da minha terra. Era a unica forma das pessoas viajarem uma vez por ano. Sem comodidade nenhuma é certo, em autocarro desconfortável, barulhento e moroso; dormir com as estrelas como teto, em cima duma esteira e cobertores no chão. Os homens gostavam de dormir no tejadilho do autocarro, e tudo aquilo era uma alegria; partilhavam os farnéis, era uma confraternização saudável.Partiam num dia de manhã cedinho e regressavam no dia seguinte pela noitinha, ou mesmo já noite dentro. Eu nunca fui, mas tinha tanta pena quando via a camionete a iniciar a viagem... porém os meus pais nunca se entusiasmaram, aquilo era desconfortável, dizia a minha mãe e tinha razão.
Mas foi assim, a pagarem a viagem antecipadamente, semana a semana, durante quase um ano, que muitas Montemorences daquele tempo estiveram em Aveiro, no Porto, em Braga, em Viana do Castelo, no Gerês, na Serra da Estrela, nas Ermidas das Santinhas Milagrosas, etc, e claro em Fátima; mas esse era outro passeio diferente, único.
Até que foi inaugurada com grande festa a Barragem do Castelo de Bode. Aquilo era e é, uma obra fantástica, mas a maioria das pessoas não sabia ao certo do que se tratava. Nesse ano o promotor da excursão que era sempre o mesmo (homem sério muito respeitado, e estimado) ao programar o itenerário, desta vez para outra zona do paíz, incluiu também uma visita à Barragem do Castelo de Bode. E lá foram contentes e ansiosos... Ao regressarem vinham satisfeitos como sempre acontecia, e a totalidade das pessoas gostou do passeio, mas em relação a mais esta aliciante visita, não esconderam a decepção, e na sua simplicidade explicavam que a camionete parou lá no sitio, mas que embora procurássem não tinham visto nenhum Castelo, nem tão pouco nenhum Bode...

São estórias, mas verdadeiras.

domingo, 7 de julho de 2013

Figueira da Foz, praia que chega para todos

A nossa Figueira num dia de calor, há uns tempos atrás.
(foto do Sr.Aníbal de Matos)

sexta-feira, 5 de julho de 2013

As Piteiras

As piteiras, fortes, que dependem quase só da água da chuva; e da terra. Contudo são como monumentos, lindas, apesar dos picos...

Ainda as Piteiras

Tinha chuvido muito nos dias anteriores, e à volta da "minha" urbanização, as árvores, arbustos e relvados estavam saudáveis, viçosos, e cada verde mais bonito como que rivalizando entre si. Eu saí para as compras semanais, e se por vezes usufruo da ajuda do meu marido, noutras prefiro bastar-me a mim própria sem ter de observar horários a contento de ambos. É muito perto da nossa casa e com tempo ameno até serve como passeio. Levei o meu carrito, (das compras, não confundir...) e lá fui calmamente. Não desci para a rua, segui no parquinho paralelo aos edificios, e reparei naquelas verduras, e numas piteiras, eu acho que até são piteiras bravas. Parei, e disse para mim própria: tenho aqui passádo tantas vezes,e só hoje reparo; como cresceram!... Foi já há uns anos atrás que um vizinho, um sr. já reformado, tratou de as colocar de forma um tanto simétrica. Retomei o meu caminho, mas não afastei as lembranças; o sr. em questão, não era nada simpático, a esposa era professora reformada, e doente, mas recebia de modo alegre os cumprimentos normais, aquele bom dia há moda antiga, de que eu ainda não me esqueci, mas ele não, nem dava oportunidade para tal. Mas no dia em que ele cultivou as piteiras, eu passei, e reparei que havia mais em cima dum mólho de ervas prontas a ir para o lixo. Eram pequenas, com tres folhas se tanto; aproximei-me, e pedi-lhe se me vendia duas, que seriam para colocar em dois vasos de pedra na rua, ao lado da porta de entrada do salão de cabeleireiro que nessa altura tinhamos na nossa terra, Montemor-o- Velho. O sr. foi muito solicito, até desvalorisou o produto dizendo que iam para o lixo; escolheu as melhores que eu trouxe agradecida. Suponho que foi a unica vez que lhe ouvi a voz. Eles não tinham ainda muita idade, no entanto, ambos já deixaram o nosso mundo.
Quando voltei das compras, parei no mesmo local, mas para descançar um pouco,e
de novo o mesmo assunto me absorveu, de tal modo que nem reparei que alguém se aproximava. Uma senhora ainda nova caminhava no meu sentido,e sorridente, parou perto de mim,parecia que me vinha perguntar algo, mas não. Eu ainda influenciada pelos meus pensamentos disse-lhe à guiza de estar ali parada; - o sr. que vivia nesta casa, e apontei para cima, colocou estas plantas aqui há poucos anos, esta já está mais alta do que ele era... como ele gostaria de as ver, mas já partiu... A Natureza é eterna, mas o homem vive pouco.

Ela respondeu- me sempre a sorrir - olhe, esse sr., está agora a comunicar consigo do Céu! Eu não sube como confirmar ou negar, e por isso fiquei calada.

Ela disse adeus, e retrocedeu (voltou para trás...) 

E eu segui para casa, a perguntar-me se aquilo tinha sido verdade, ou se tinha sonhado....


(uns dias depois fiz a fotografia, mas o sol já tinha mostrado a força do seu demasiado calor)