domingo, 24 de abril de 2011

Quando rir é sofrimento

No passado Domingo a igreja comemorou o dia de Ramos. Vem da tradição cristã e procura reviver a entrada de Cristo em Jerusalém,entrada apoteótica no dizer dos cronistas da época, e cujos escritos chegaram até aos nossos dias. Infelizmente essa alegria do povo, aliás certa ( pois se tratava de aclamar um visitante que mais não queria além da paz entre os povos) cedo terminou, para dar lugar a um crime que a humanidade jamais esquecerá,o seu julgamento e morte,sendo inocente.
O povo que o aclamou,não tardou a clamar pela sua morte. O que prova que nem sempre a voz do povo é a voz de Deus,como temos ouvido dizer muitas vezes. Sobretudo se esse povo não estiver bem informado, pode errar de forma grave.No entanto dizem as Escrituras que toda esta desgraça lhe estava predestinada,e que Jesus teria de sofrer assim, para depois ressuscitar e viver no céu.
Em muitas localidades do nosso País,todos os anos se revive este drama com toda a carga religiosa que ele transporta,sendo os cristãos fiéis parte integrante.
Na minha terra Montemor, também Cristo (o Senhor dos Passos) é muito venerado,a ele recorrem em momentos de aflição, e é na altura das procissões que as pessoas cumprem os seus votos,em circunstâncias penosas,em sofrimento fisico até, mas com uma coragem e alegria, inexplicáveis. A resposta? É a fé !
Hoje recordei os tempos de juventude, e as procissões que eu via das janelas pois passavam na minha rua. Durante a Quaresma todas as sextas-feiras pela tardinha, o sino tocava soando tristemente até ás 8 da noite,hora a que se rezava o terço na igreja dos Anjos,mas ninguém dizia que ia ao terço,dizia-se vou ao beija pé. No meio do templo estava a Imagem do Senhor dos Passos exposta à veneração dos fiéis. A túnica que vestia cobria-o ficando apenas um pé à vista; e durante muito tempo o povo ajoelhava e beijava o pé.Posteriormente passou a beijar-se a corda que lhe pendia da cintura,era assim no meu tempo. Numa dessas sextas-feiras como era costume fui ao beija-pé, e a minha vizinha senhora já idosa saiu de casa na altura,de modo que fomos as duas. Lá chegadas verificámos que a porta da Igreja estava fechada,sendo o acesso por uma entrada lateral passando pelo claustro,e lá fomos com ela á frente. Não tinha dado mais que tres passos, quando uma pedra mandada em pontapé por um grupo de rapazitos que jogavam assim à bola, a atingiu num tornozêlo; ela deu um grito e ficou queixosa... e eu numa aflição de riso contido a enorme custo,sem poder falar nada disse.Entrámos e logo ajoelhei; e enquanto os fiéis ajoelhados rezavam alto,eu de cabeça baixa e olhos no chão,ria,ria,ria, num riso nervoso impossivel de contêr,e que ainda hoje acho dificil de descrever. Foi mesmo sofrimento o que passei,e por isso não esqueci,e ainda hoje me pergunto o porquê do riso?

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Opinião de um congressista do PS

Amizade surpreendente!

<a href="http://video.msn.com/?mkt=pt-BR&from=sp&vid=5397b21f-3427-4b49-a641-32483cb00915" target="_new" title="Passarinho brinca com o gatinho">Video: Passarinho brinca com o gatinho</a>

A crise, também de valores humanos...

Não sei porquê mas lembrei-me da Cimeira Europeia, realisada à alguns meses atrás em Lisboa, sob enormes medidas de segurança relativamente aos intervenientes nela, e de enorme aparato e espalhafato, a evidenciar uma estabilidade financeira desafogada, que infelismente não existia, e os politicos sorridentes e alegres valorizando o evento como importante, cuja finalidade se traduzia na proteção dos Estados contra uma possível guerra. Posteriormente fruto da minha modesta opinião, eu escrevi que antes que a guerra chegásse cá, chegaria a fome, e sem Cimeira. Infelismente não estava muito longe da realidade, porque actualmente de fome já muitos portugueses sofrem, e como diz o povo " ainda a procissão vai no Adro..." Confesso que não tenho paciência para ouvir os políticos, nem para os ver,sempre de sorriso nos lábios, como se tudo navegásse em mar de rosas... estarão sofrendo de alguma patologia que lhes tenha diminuido faculdades, nomeadamente o sentido do dever,a responsabilidade no trabalho, a honra, a sanidade mental? Sim, porque a vinda do F M I para Portugal, vasculhar as nossas contas (que eles fizeram erradas) é uma certeza de incompetência e inferioridade, que envergonharia qualquer modesto funcionário que fôsse honesto e responsável.
Mas não os vejo penalizados: pelo contrário, têm sempre uma justificação,como se o facto do País estar como está, fosse uma banalidade sem consequências a que eles se julgam alheios.
Com mentalidades assim que futuro para Portugal ?

domingo, 17 de abril de 2011

Casa velha com cão

Esta foto saíu na revista do CM e mostra uma bela casa de pedra antiga, em Parede, Cascais. Dizem que está assombrada! Mas o cão não tem medo!

domingo, 3 de abril de 2011

Para quê europeus? Só portugueses era pouco?

Hoje ao acordar apercebi-me pela pouca luz que a perciana filtrava que decerto estava tempo de chuva.Daí a pouco tive a certeza ao observar através dos vidros, a rua estava molhada e a chuva embora miudinha ia caindo. Não estava frio, mas de primavera havia pouco. E pensei, ainda ontem esteve um sol tão promissor, mas afinal durou pouco a promessa. Parece que vivemos numa instabilidade alargada a muito do que nos rodeia, e até o tempo se associou. Isto transporta um certo desassossego e consequente desânimo. Não estou já a falar do tempo, mas da situação em que se encontra o nosso país. Afinal para onde caminham os portugueses? Ensinaram-nos na escola a sermos ciosos da nossa Pátria, este pequeno rectângulo que nasceu pela ambição de D. Afonso Henriques, que até se levantou em armas contra a própria mãe, a D. Tareja, e conseguiu retirar-lhe o tal bocadinho a que chamou o Condado Portucalense. Ali começou Portugal que em posteriores lutas muito comuns na época, foi alargando os seus domínios ficando mesmo assim um país pequeno, mas independente. Excepção dolorosa de três reinados de monarcas espanhóis no trono português. Contingências relativas a sucessões, motivaram a perda da nossa independência, e naturalmente o infortúnio dos portugueses, durante esses longos anos de dominio espanhol, que finalmente terminou. Restaurada a nossa monarquia, voltámos a ser governados por reis portugueses. Muitos anos depois, a monarquia findou, e novo regime foi instaurado. Sucederam-se vários governos não isentos de erros, mas também com obras de inegável mérito, e sempre os governantes se bastaram a si próprios: se pediram ajuda, “a coisa” não transpareceu para o domínio público. Eu acho que a emancipação deve existir entre os povos, pois se até existe nos animais: quem é que nunca reparou que os cães, os felinos domésticos e os da selva, marcam o seu território? E fazem - se respeitar, se não o resultado é péssimo. O homem por sua vez, deseja ser e é independente, tem autonomia, e governa o que lhe pertence; poderá até ouvir conselhos, mas a decisão será sempre sua, ou pelo menos deve ser. Não deveria ser este o comportamento dos países, especialmente do nosso? Sim, devia ser, mas infelizmente não é. Os responsáveis resolveram dar as mãos “tocou-os o bichinho da fraternidade” e unificaram-se para sermos todos só Europa. Pois, mas esqueceram-se daquela frase muito comum no tempo dos nossos avós, que diz “muita gente junta não se salva”!